quinta-feira, 8 de maio de 2014

Music & Me

Terceiro álbum solo da carreira do jovem Michael não alavanca sucesso à parte do Jackson 5, porém carrega suas pérolas


"Got To Be There", álbum gravado em 1971 e lançado no ano seguinte, mostrou ao mundo que Michael Jackson, aquele garotinho vocalista do grupo Jackson 5 que já se destacava do grupo tanto em carisma quanto em talento, teria uma caminhada promissora à parte do grupo dos irmãos. O disco trouxe singles de sucesso e despontou o garoto a carreira solo.

O próximo, de nome "Ben," veio também em 1972 e não foi diferente. A música tema fez parte do filme Ben – O Rato Assassino e levou o jovem Jackson a apresentar a música ao vivo no palco da cerimônia do Oscar, prêmio pelo qual a música foi indicada. O troféu ele não levou pra casa, mas em compensação conseguiu um Globo de Ouro pela canção.

Já em 1973, Michael queria inovar ao lançar o próximo disco solo, posteriormente intitulado "Music & Me" e lançado no dia 13 de abril. Uma vontade do ascendente astro era incluir suas próprias composições na seleção de faixas, algo que a gravadora Motown Records vetou. Aliás, esta proibição de composições próprias não ocorria apenas com Michael, mas com todo o elenco da gravadora, inclusive gênios como Marvin Gaye e Stevie Wonder, portanto era de se esperar tal reação da companhia quanto ao pedido do jovem artista.

O disco não foi um grande sucesso como os anteriores, e crê-se que um dos motivos foi a falta de divulgação do álbum por conta do próprio Michael, pois o grupo Jackson 5 estava em turnê mundial no decorrer do lançamento do álbum.

Filme
"O Ocaso de Uma Estrela"
O repertório do álbum não é de todo excelente, porém traz faixas ora animadas, ora melódicas, com Michael e seu vocal característico cedendo a devida sonoridade às letras. Os destaques vão para as ótimas "With a Child's Heart," versão de MJ para a clássica canção de Stevie Wonder, de 1966, e para "Happy," que fez parte da trilha sonora de O Ocaso de Uma Estrela, filme biográfico da artista do jazz Billie Holiday estrelando sua amiga e figura materna Diana Ross como protagonista.

A própria Music And Me vale a pena por sua linda melodia e letra, a qual traz um inocente e apaixonado Michael atestando seu amor e se comprometendo a música, e, como pudemos ver através dos anos, foi realmente assim que Michael seguiu a vida, enamorando a música eternamente.



Capa Original X Coletânea


Capa original de 1973
Capa da compilação
Music And Me, de 1982












Muitos fãs e admiradores confundem o álbum original lançado em 1973 com uma compilação de mesmo nome lançada pela Motown em 1982 no Reino Unido, que diferem tanto em capas quanto em faixas. O disco original traz uma capa em tom verde, com uma foto do jovem 
Michael, então com 14 anos, empunhando um violão, mesmo não tendo tocado nenhum instrumento na gravação das músicas.

quinta-feira, 20 de março de 2014

When I Come of Age

Linda faixa gravada nos anos 70 pelo jovem Michael só foi lançada em compilação de 1986


Sabe quando você é criança e se imagina o que vai ser quando crescer, o que vai fazer quando for grande? E aquela menina que você gosta ou finge namorar, e você comenta com seus pais que vai casar com ela quando crescer? Pois bem, ”When I Come of Age” (literalmente se traduz “quando eu for grande,” “quando eu tiver idade”) é um perfeito exemplo disso, e também um imenso disparate nostálgico.

Michael, até então entre 13 e 15 anos, canta as palavras tão suave e inocentemente que nossos tempos de criança voltam ecoando na memória e até nos força a dar aquele sorrisinho de lado ao recordar de nossos anos de escola, inocentes, despreocupados e ingênuos, da infância.


Looking Back To Yesterday - 1986
Considerando esta sensação pacífica de nostalgia que a música traz, me pergunto porque foram lançá-la apenas quase 20 anos após sua gravação em estúdio. A faixa, solo de Michael Jackson, foi gravada entre 1969 e1973 e lançada apenas em 1986, na excelente compilação “Looking Back To Yesterday,” que, por sua vez, espanava ótimas faixas solo de Michael e junto ao Jackson 5 nunca lançadas até o momento. Michael, por volta desta época, já colecionava prêmios e Grammy’s originários de sua obra prima Thriller e de seu single beneficente “We Are The World,” portanto o álbum foi interessante para os fãs e o público relembrarem dos tempos do pequeno Michael black power na televisão em frente a seus irmãos, de alguns muitos anos antes.

Hal Davis, o trintenário da Motown grande culpado por alavancar a carreira do Jackson 5, também foi o responsável pela produção da canção e de parte da compilação.

A letra contém relatos do jovem garotinho imaginando o que vai ser quando crescer e se continuará com sua amada, mas sua inocência de criança entra no caminho e ele imagina futuros de magia e fantasia. Por exemplo, em certos trechos, Michael se pergunta se será um astro do cinema ou um capitão de um gigante navio ou um astronauta que vai de
foguete até a lua. Isso me levou a pensar que, realmente, ele chegou a fazer tudo isso quando adulto, ao menos figurativamente falando. Ele foi um astro de cinema em filmes como The Wiz e Moonwalker. Ele chegou a ser um respeitado capitão em Captain Eo, mesmo que não tenha sido de um navio, e sim de uma nave, mas esclarecendo que, em inglês, “ship” pode ter ambos significados. E ele pode não ter virado astronauta e pisado fisicamente na lua, mas caminhou por ela em centenas de palcos mundo afora com seu moonwalk.

“When I Come of Age” com certeza figura entre as faixas mais lindas, singelas e tocantes, seja da carreira do pequeno Michael ou do grupo de irmãos. Em tempos atribulados e muitas vezes lastimáveis, essa música, em conjunto com a voz, tem o poder de nos fazer acreditar em nós mesmos ao relembrarmos de nossos dias mais calmos com nossas mentes mais inocentes e deixa claro que, assim como Michael tinha, é possível ter nossos momentos de criança mesmo agora. Sinta essa vibe ouvindo-a logo abaixo.




sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

The Jackson 5 Christmas Album

            
No ano de 1970, a banda de irmãos Jackson 5 já havia despontado ao estrelato. Com três álbuns lançados desde o ano anterior, a banda já havia emplacado vários hits dançantes, como 
I Want You Back” e “ABC”, o que deixou claro que os garotos eram talentosos e tinham o groove da época no sangue da família, além da balada "I’ll Be There," que, em segunda análise, já mostrava o lado mais singelo e amoroso do grupo. “Got To Be There”, primeiro hit solo do vocalista do grupo Michael Jackson, fazia um estrondoso sucesso paralelo ao grupo.

Ainda em 1970, o cantor José Feliciano havia lançado uma canção com trechos em espanhol e inglês intitulada "Feliz Navidad", com tema natalino, que estourou quase que instantaneamente. Tema este que viria a ser baseado o próximo álbum do Jackson 5, em outubro daquele mesmo ano.

 The Jackson 5 Christmas Album (literalmente O Álbum de Natal do Jackson 5) foi o quarto álbum do grupo e terceiro a ser lançado dentro do ano de 1970, após a ótima repercussão que o anterior "Third Album" causou na indústria.

Sua tracklist consiste de faixas natalinas já consagradas de décadas passadas, nos anos 30, 40, 50 e 60, as quais originalmente foram apresentadas ao mundo por talentos como Judy Garland, Eddie Canton, Nat King Cole e Gene Autry, este último responsável por eternizar várias cantigas natalinas de sucesso que também fazem parte do álbum dos garotos, como "Rudolph the Red-Nosed Reindeer" e "Up on the Housetop."

Deixo um destaque para a engraçadinha "I Saw Mommy Kissing Santa Claus" e sua história aonde o garotinho acorda na noite de Natal, flagra a mãe beijando o Papai Noel e diz que vai contar pro pai. Os vocais do pequeno Michael são estrondosos na faixa, entrando em harmonia perfeita com os vocais de fundo dos irmãos. Em adendo, ainda rola uma introdução na música aonde o próprio Michael nos deseja um feliz natal e boas festas.

Com suas 12 faixas produzidas pelo quarteto The Corporation (já responsável pelos hits anteriores do grupo), The Jackson 5 Christmas Album é um excelente disco natalino, tanto para se dançar e curtir durante as festas de família e abrir os presentes ou para se ouvir fora de época, pois continua sendo uma bela oportunidade de se ouvir os clássicos de Natal das décadas passadas do jeito que só o pequeno Michael e seus irmãos sabem apresentar.



Relançamento

No ano de 2003, a Motown, gravadora responsável pelo lançamento do álbum original, relançou o álbum com uma faixa extra de Michael Jackson, "Little Christmas Tree" (ouça abaixo), diretamente extraída da compilação de natal A Motown Christmas, lançada em 1973 com diversos artistas da gravadora, como Diana Ross e Stevie Wonder, estrelando músicas natalinas.